A imprensa cabo-verdiana no período colonial 1820-1975
O livro A imprensa cabo-verdiana no período colonial 1820-1975, de autoria de João Nobre de Oliveira, foi publicado pela primeira vez em 1998, em Macau, onde o autor residia então. Trata-se da mais abrangente história da imprensa periódica de Cabo Verde, publicada durante a época colonial. Após mais de vinte anos, a obra é agora reeditada em Cabo Verde, pela Ilhéu Editora.
João Nobre de Oliveira fez os estudos primários na vila da Assomada, ilha de Santiago, depois frequentou o Liceu Camões de Lisboa (1968/69), foi aluno interno da Escola Salesiana do Mindelo, ilha de S. Vicente (1969/70) e estudou no Liceu Gil Eanes da mesma cidade onde concluiu o secundário. Licenciado em História pela Universidade Clássica de Lisboa (1981). Professor do ensino secundário em Portugal a partir de 1982, desde 1995 que se encontra em Macau como técnico superior dos Serviços de Educação. Membro, entre outras, da Associação de Antigos Alunos do Ensino Secundário de Cabo Verde e de Associação de Amizade Macau Cabo Verde (onde foi vice-presidente p/ Ass. Culturais). Dedicando-se a investigação histórica, tem participado em conferências, congressos, colóquios e seminários, nomeadamente no VIII Encontro da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), realizado em Macau em Abril de 1998, e no colóquio Cabo Verde: Percursos Arqueológicos da Construção de uma Identidade Nacional Crioula. realizado na cidade da Praia, Cabo Verde, em 1999, onde apresentou comunicações escritas que foram publicadas: "Educação e Cultura em Cabo Verde. O ensino secundário, (sécs. XIX e XX)", in: VIII Encontro - AULP - Associação das Universidades de Língua Portuguesa, - Presenç a de Macau, págs. 241-260, Colecção GAES, nº 30, Gabinete de Apoio ao Ensino Superior, Macau, 1999, 550 p; igualmente publicada em: VIII Encontro - AULP - Associação das Universidades de Língua Portuguesa, 2º vol., págs. 791-825, Edição do Centro Cultural da Universidade de Macau, 1999, dois volumes, 1105 p. Além disso tem colaboração dispersa por periódicos como Artiletra e Ekhos do Paul, de Cabo Verde, Revista Macau, de Macau, Revista Latitudes (Cahiers Lusophones), Paris, França, etc. Publicou: A Imprensa Cabo-Verdiana (1820-1975), edição conjunta da Fundação Macau e da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, Macau, 1998, 870 p. (fonte https://www.barrosbrito.com/)
A Ilhéu Editora
A Ilhéu Editora nasceu em 1898, quando, pouco depois da Revista Ponto & Vírgula ter terminado, Germano Almeida partilhou com um grupo restrito de amigos um texto original.Perante as dificuldades que os crivos políticos e financeiros colocavam à edição de livros, esse grupo de amigos decidiu, então, criar uma editora. O passo seguinte foi reunir a verba necessária para a impressão do livro. Tratava-se d’ O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo, saído em agosto de 1989. Surgia a primeira editora privada no período pós-independência. Assim, desde esse primeiro livro que decidimos trazer à luz, estava traçado o perfil da Ilhéu Editora. Um grupo de amigos, com uma paixão comum pelos livros e pela leitura, disponíveis para, nas horas livres, dedicarem o seu tempo e dinheiro a publicar os livros de que gostavam e os autores em que acreditavam, sem terem que se submeter aos cânones oficiais e sem dependerem de favores ou patrocínios. Estava também garantida a sobrevivência da editora, graças ao enorme sucesso do escritor, e também sócio, Germano Almeida. De então ─ 1989 ─ até agora publicámos cerca de meia centena de títulos, o que não é um número significativo. De salientar sim, e caso singular em Cabo Verde, é o facto de muitos desses títulos terem reedições, tendo dois deles já chegado à 8ª edição. Estamos a referir-nos a obras de Germano Almeida, claro, que nos têm permitido sobreviver e, podemos dizê-lo, patrocinar algumas das nossas edições menos comerciais. De facto, temos a sorte e a satisfação de ter o autor mais popular internamente e o mais internacional, mas temos também o orgulho de contar com alguns dos melhores autores da literatura cabo-verdiana: vamos apenas citar quatro, G.T. Didial, (um dos heterónimos de João Varela), Teixeira de Sousa, de que editámos o último romance (e o primeiro do autor em Cabo Verde), Arménio Vieira (prémio Camões 2009) e Mário Lúcio Sousa (várias vezes premiado em Portugal). Temos também o maior orgulho em contar com dois autores que receberam o Prémio Camões. Contudo, o único autor com quem temos uma certa “exclusividade” é Germano Almeida. De facto, não são habituais contratos de exclusividade. Os contratos (quando existem) são assinados título a título. Por isso, de uma maneira geral, os autores são partilhados amigavelmente entre todas as editoras.
Este trabalho é financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito dos projetos UIDB/00509/2020 e UIDP/04666/2020